Vanda (Neofinetia) falcata - instruções de cuidados

Vanda (Neofinetia) falcata

Embora o cultivo prolongado de orquídeas nos habitue, em geral, a híbridos de origem complexa, muitas vezes multigeracional, no caso da espécie Neofinetia falcata temos, paradoxalmente, uma espécie botânica que é objeto de cultivo há aproximadamente 400 anos.

A primeira documentação do cultivo desta espécie pertence à era Kanbun (1661 - 1673), no Japão medieval, mas o costume de cultivar estas vanda miniaturas ganha popularidade marcante no período Edo, quando também se destaca uma diversificação significativa das variedades disponíveis.

Vanda (Neofinetia) falcata 

A posse e o cultivo das orquídeas Neofinetia falcata eram um atributo predominante dos daimyo (nobres japoneses) e dos samurais abastados, motivo pelo qual a espécie se torna conhecida no Japão também como Fuukiran (fuuki = rank, riqueza, estatuto social), e posteriormente, no resto do mundo, como “a orquídea dos samurais”. O cultivo desta espécie torna-se tão enraizado na sociedade japonesa e tão associado a um estatuto social elevado, que a apresentação de um exemplar valioso e especial podia constituir a motivação para a concessão de domínios e propriedades à pessoa em questão. Para além do facto de que a posse de tais plantas era permitida apenas à classe dominante, a etiqueta complexa que dominava a sociedade japonesa medieval levou à criação de um conjunto de regras de conduta inclusive para os eventos em que se exibiam os exemplares. Assim, por exemplo, durante a visualização das orquídeas pertencentes ao shogun, os visitantes eram obrigados a cobrir a boca com papel, e as plantas eram protegidas por biombos, para evitar a contaminação destas inclusive pela respiração dos presentes. Até hoje são conhecidas mais de 2200 variedades de Neofinetia falcata, com tamanhos variáveis, desde 2 cm até 17,5 cm de altura.

Specia prezinta o distributie asociata nord – estului Asiatic, cu un areal natural ce acopera China, Korea si Japonia. Initial a fost incadrata in genul Neofinetia, insa in prezent, in urma unor revizii sistematice, a fost integrata genului Vanda.

O estatuto de proteção para esta espécie é VU (vulnerável) na Lista Vermelha da IUCN.

Neofinetia falcata foi inicialmente descoberta por Thunberg no sul do Japão, crescendo nas colinas próximas ao porto de Nagasaki, na ilha de Kyushu, a sua presença foi posteriormente confirmada também em outras ilhas do Japão (Honshu e Shikoku).

Os sinónimos válidos para Neofinetia falcata são Aerides thunbergii, Angorchis falcata, Angraecopsis falcata, Angraecum falcatum, Finetia falcata, Holcoglossum falcatum, Limodorum falcatum, Nipponorchis falcata, Oeceoclades falcata, Oeceoclades lindleyi, Orchis falcata, Orchis fuciflora, Vanda falcata, Vanda pygmaea.

A espécie foi descrita pela primeira vez por H.H. Hu em 1925, reputado botânico chinês (Hu Hsien-Hsu, 24 de Maio de 1894 – 16 de Julho de 1968) e um influente estudioso tradicionalista da sua época, conhecido como o pai da taxonomia botânica na China e iniciador das pesquisas modernas em botânica. Estudou inicialmente na China, na Universidade Imperial de Pequim, mas após a revolução de 1911 viajou para os Estados Unidos da América, onde concluiu os cursos na Universidade de Berkeley, Califórnia. Regressou a Chida, onde se tornou membro e docente da Escola Normal Superior de Nanking, e posteriormente da Universidade Nacional do Sudeste – que mudou de nome para Universidade Nacional Central e Universidade de Nanking. Voltou a viajar para os Estados Unidos da América, em 1923, onde obteve o título de doutor em ciências na Universidade de Harvard. Após a morte da sua esposa em Nanking, demitiu-se do Departamento de Biologia da Universidade do Sudeste e tornou-se investigador a tempo inteiro no Instituto de Biologia da Sociedade Chinesa de Ciências. Foi membro cofundador do Instituto de Biologia Fan Memorial em Pequim em 1928 e fundou o Jardim Botânico Lushan em 1934, bem como o Instituto de Agricultura e Silvicultura de Yunnan, posteriormente renomeado Instituto de Botânica Kunming, da Academia Chinesa de Ciências em 1938.

Embora inicialmente a espécie Neofinetia falcata tenha sido identificada na ilha de Kyushu, perto do porto de Nagasaki, o táxon foi posteriormente encontrado também nas ilhas Honshu, Shikoku, Yakushima, Tanegasima, Okinawa, e mesmo na China e Coreia.

Neofinetia falcata popula estâncias saxícolas, crescendo sobre pedras, mas também frequentemente epífitas, nos ramos de árvores de folhas caducas, aspecto que oferece às plantas uma forte exposição à luz durante o inverno e início da primavera. Devido ao seu crescimento específico, num certo ângulo em relação ao eixo dos ramos, a água da chuva não pode estagnar nas folhas ou na sua inserção no caule. Prefere um clima relativamente fresco, atingindo dimensões de 6 – 15 cm.

Anatomicamente, destaca-se o caule curto, comprimido lateralmente, com crescimento monopodial, coberto basalmente pelas bainhas das folhas duplas, coriáceas, carnudas, linear-falcadas, de 5 – 10 cm de comprimento. A floração ocorre em hastes racemosas, axilares, de até 7 cm de comprimento, laxas, que podem portar de 2 até 10 flores por haste. A floração ocorre constantemente desde o início do verão até ao outono, e as flores são perfumadas durante a noite. As flores, geralmente de cor branco puro, com 3 cm de diâmetro, possuem um esporão posterior, recurvado, de até 3,7 cm de comprimento. A pétala dorsal e as interiores são recurvadas superiormente, enquanto as pétalas exteriores curvam-se inferiormente e para o exterior. O labelo curto trilobado insere-se relativamente abaixo do esporão dorsal.

A necessidade em relação à intensidade da radiação luminosa para Neofinetia falcata situa-se no intervalo de 20000 – 30000 lux.

Temperatura ótima de crescimento da “orquídea dos samurais” visa valores de 26 – 31 graus como médias diurnas, e 19 – 23 graus para o período noturno. Durante o inverno, o intervalo das temperaturas médias diurnas será de no mínimo 12 – 13, e de no mínimo 3 – 4 graus à noite.

Neofinetia falcata prefere valores elevados de humidade, de 80 – 85% no verão, que podem baixar para 60-75% no resto do ano.

Como meio de cultura para esta espécie, as opções são múltiplas. Pode ser cultivada com sucesso montada em placas de cortiça, de casca, ou em camas específicas feitas de musgo sphagnum ou raízes de samambaia osmunda. Ao montar em placas, recomenda-se garantir regas frequentes e abundantes, especialmente no verão, para assegurar a necessidade de alta humidade. Como regra básica, a rega deve ser feita diariamente durante a estação quente. A época recomendada para a troca do substrato será ou no final do inverno, ou no início da primavera. O substrato recomendado e também tradicionalmente utilizado é o musgo sphagnum fresco ou seco, que envolverá as raízes, e o pacote assim formado será cuidadosamente colocado num vaso, tendo o cuidado de que a base da planta fique acima das bordas do vaso. Embora exista a possibilidade de danificar as raízes finas durante o replantio, não se recomenda removê-las, pois possuem uma alta capacidade de regeneração, desde que permaneçam vivas e não sejam afetadas por fungos ou bactérias.

A rega deverá respeitar o padrão climático natural, quando a estação húmida, com as chuvas mais abundantes, ocorre da primavera ao outono. Neste período, recorrer-se-á a regas frequentes e abundantes, sem permitir que o substrato seque entre duas regas sucessivas.

Durante o período de crescimento ativo, as plantas serão fertilizadas semanalmente com uma diluição de 25 – 50% em relação à dose recomendada pelo fabricante. Podem ser usados fertilizantes com menor teor de azoto e maior de fósforo durante o outono, para melhorar a qualidade da floração na próxima estação e para estimular os novos crescimentos no início do inverno.

Recomenda-se enxaguar abundantemente o substrato para prevenir o acúmulo de depósitos minerais devido ao excesso de fertilizante não consumido, que pode depositar-se nas raízes e causar queimaduras nas mesmas.

Período de repouso, assegurado na estação fria, visa principalmente a redução da quantidade de água. Para os exemplares cultivados em condições de frio, a redução será substancial, sem contudo permitir a secagem completa do substrato, sendo recomendada a pulverização durante a manhã e a rega ocasional a cada 2 semanas. Recomenda-se administrar as regas em dias ensolarados, com luz forte. Durante o período de repouso, a aplicação de fertilizantes será suspensa.

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