Híbrido de sucesso, que se tornou uma celebridade na lista espetacular de híbridos do género Phalaenopsis, com uma árvore genealógica que surpreende pelo número reduzido de espécies, Phalaenopsis Sweet Memory, também conhecido pelo nome de Liodoro, inicialmente escrito Liodora, impressiona não só pela cromática distinta, mas também pelo seu perfume, invulgar para as espécies do género, herdado da espécie parental Phalaenopsis amboinensis.
Híbrido secundário, resultado da cruzamento da espécie botânica Ph. violacea com o híbrido primário Ph. Deventeriana, inclui nas espécies parentais Phalaenopsis Violacea, com uma ponderação de 50%, seguida de Ph. Amboinensis e Ph. Amabilis, ambas com ponderação igual, de 25% cada. O híbrido foi registado oficialmente em 1982, pela Universal Orchids, com permissão do hibridador, Rex Smith. Em pouco tempo, Sweet Memory Liodoro tornou-se um híbrido de sucesso, com mais de 30 clones premiados pela AOS (American Orchid Society). Os clones mais conhecidos e apreciados deste grex especial são Sweet Memory KF #1, Sweet Memory Joy Alba (que também recebeu reconhecimento na 17.ª Conferência World Orchids), Sweet Memory CY, Sweet Memory Bubbles, Sweet Memory Janet, Sweet Memory Bonnie Vasquez, Sweet Memory Vasquez, Sweet Memory Dorothy, Miva Fragrance Monaco, este último táxon sendo porém ligeiramente diferente na descendência, mas muito próximo do grupo Sweet Memory.
As folhas têm uma cromática e textura específicas na Sweet Memory, sendo coloridas em verde claro, ligeiramente amarelado, de consistência relativamente mais macia, carnuda, fresca, frágil, comparado com a maioria dos híbridos de Phalaenopsis. A forma destas pode ser oval ou alongada, podendo atingir até 25 cm de comprimento e 10 – 12 cm de largura. As flores aparecem em hastes de 45 – 50 cm, tendo uma floração do tipo “revolver”, no sentido de que as flores, em grupos restritos, de no máximo 5 flores por haste, florescem relativamente simultaneamente, e após o murchar destas, a haste floral alonga-se ligeiramente e forma um novo grupo de flores. As flores perfumadas, com um aroma forte, doce, ligeiramente citrado – baunilhado, de dimensões consideráveis para um phalaenopsis perfumado, (aproximadamente 7 cm de diâmetro) têm uma coloração central amarela, com transições e zonas de degradé do rosa ao púrpura, por vezes densamente ornamentadas com pontos vermelhos.
A cor e o tamanho das flores dependem diretamente das condições gerais de crescimento da planta. As pétalas e sépalas de forma oval atingem até 4 cm de comprimento e 2,3 cm de largura. O labelo trilobado, com uma protuberância ligeiramente mucronada no lobo central e com margens visivelmente serrilhadas nos lobos laterais de forma obtusa, mede aproximadamente 2 cm de comprimento e quase 1,4 cm de largura, tendo as partes laterais direitas, longas, amarelas na base e violeta intenso em direção à ponta, onde aparece também uma coloração branca contrastante, na zona do mucrão apical, que o destaca visivelmente do corpo do labelo. A forma geral do labelo é aproximadamente romboidal.
As necessidades de luminosidade para Liodoro correspondem a uma intensidade variável, podendo tolerar eficazmente tanto luz forte mas difusa, como sombra parcial. A localização ideal é representada por posições com orientação sudeste, mas se não for possível, as plantas podem ser instaladas também em orientações oeste ou sul. Caso estas últimas opções sejam preferidas, será necessário que no período entre os meses de maio e setembro se protejam as plantas dos raios diretos do sol.
A temperatura de crescimento para este híbrido enquadra-se na gama quente, recomendando-se manter as plantas a temperaturas diurnas de 24 – 40°C e noturnas de 18 – 20°C.
A humidade recomendada para o cultivo será de 50 – 70%, valores mais baixos podendo inibir o crescimento das plantas e provocar o aborto dos botões não abertos, que amarelecem, morrem e caem, assim como as raízes aéreas.
O recipiente ideal para Sweet Memory é o vaso de plástico, mas também podem ser utilizados vasos de cerâmica, ou eventualmente pode recorrer-se à montagem em blocos de madeira ou em placas de casca ou cortiça. Como substrato, a melhor opção é a mistura de casca de coníferas e musgo sphagnum na proporção de 4:1. O cultivo deste híbrido em montes sobre casca ou blocos de madeira implica a colocação de uma camada de musgo sphagnum entre a planta e o suporte, para evitar a desidratação excessiva. Por cima das raízes pode também ser colocado uma camada de sphagnum, seja vivo ou seco. Espera-se que neste táxon ocorram decomposições rápidas do substrato, devido às regas e fertilizações frequentes, pelo que se recomenda o replantio e a troca do substrato a cada 2-3 anos. O momento mais indicado para realizar esta intervenção é no período imediatamente após o término da floração.
As regas dependerão diretamente da temperatura ambiente, aumentando a frequência à medida que a temperatura sobe. As plantas cultivadas em montes deverão ser regadas regularmente, diariamente, durante a manhã, para que até ao final do dia seja possível uma secagem relativamente boa das raízes. Na rega dos exemplares cultivados em vasos, deverá permitir-se a drenagem eficiente da água após a rega por imersão do vaso. Caso se note retenção de água após no máximo uma hora da rega, recomenda-se a sua remoção com papel absorvente ou toalhas de cozinha, pois pode facilitar a instalação de um número considerável de patogénios. É necessária a secagem completa do substrato antes de realizar uma nova rega. Nos dias quentes de verão, é necessário pulverizar as plantas com água para facilitar a redução da temperatura ao nível das folhas e para aumentar a humidade do ar em redor das plantas.
A fertilização será efetuada ao longo de todo o ano a cada terceira rega, com 30 – 50 % da concentração atual do fertilizante, sendo também recomendada a aplicação periódica, eventualmente alternada, de fertilizações foliares, realizadas por pulverizações em diluições muito maiores do que para as fertilizações radiculares.
Este híbrido não necessita de um período de repouso para estimular a floração, pois é relativamente frequente o desenvolvimento de 3 ou mais pedúnculos florais ao mesmo tempo, mas as plantas geralmente têm apenas energia suficiente para desenvolver apenas um dos caules até à maturidade e floração completa. Recomenda-se que, após a floração do primeiro pedúnculo, o caule remanescente seja removido para estimular o desenvolvimento dos que permanecem latentes, mas para aplicar este tratamento será necessária a fertilização suplementar das plantas, preferindo fertilizantes ricos em fósforo, para evitar o esgotamento das mesmas e incentivar o desenvolvimento de novas flores. As folhas jovens deste híbrido são frequentemente macias e frágeis e podem partir-se na base. Para evitar estes incómodos, recomenda-se manipular as plantas o mínimo possível, sendo indicada a plantação inicial em posição horizontal, não vertical, para estimular um tipo de crescimento que dá a impressão de que as plantas se desenvolvem como se pendurassem dos vasos.
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